11 de maio

Made in India. Microsoft nuclear. Pão sem carboidrato?

Bom dia. 

Uma notícia chata: o Brasil é o país onde as empresas mais gastam tempo lidando com questões tributárias. Elas chegam a gastar 43.994 horas por ano enquanto a média mundial é de 233 horas.

Uma notícia boa: está de dieta, mas gosta de pão? Uma empresa recebeu quase 50 milhões de dólares de investimentos para resolver seu problema.

O preço da complexidade dos impostos no Brasil

O sistema tributário brasileiro é tão complexo que faz com que organizações de diversos setores precisem dedicar muitos recursos para a gestão de pagamento de impostos e tarifas.

Primeiro lugar no pódio mundial. E a demanda é tão grande que o Brasil é considerado o país que mais gasta tempo com essa questão.

As empresas brasileiras chegam a gastar 43.994 horas por ano com gestão tributária, conforme indica a pesquisa “Tax do Amanhã”, produzida pela consultoria Deloitte.

  • O valor é muito superior à média de 233 horas investidas por países de todo mundo, segundo dados do Banco Mundial. Países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) gastam cerca de 164 horas anuais.

Reforma tributária. Esse cenário comprova a necessidade urgente de que o país passe por uma reforma tributária, avisam especialistas.

  • A divulgação do relatório do grupo de trabalho da Câmara dos Deputados sobre a reforma tributária deve atrasar pelo menos duas semanas, afirmaram parlamentares envolvidos nas negociações e técnicos.

  • Os deputados apontam uma série de motivos: necessidade de ajustes no texto, reuniões com governadores e com os partidos, instabilidade política na relação entre governo e Congresso e conflito com a tramitação de outra proposta econômica importante, o novo arcabouço fiscal, que pode ser votado dia 16.

Made in China India

Custo elevado da mão de obra chinesa e crescente tensão comercial com os EUA estão levando multinacionais sediadas na China a apostarem na Índia como polo alternativo entre os países emergentes.

Rearranjo da globalização. O fim da pandemia destacou preocupações sobre a dependência das empresas multinacionais em relação à China, levando muitas a buscar alternativas devido ao aumento dos custos e à pressão para limitar o desenvolvimento tecnológico chinês.

Corrida dos emergentes. Isso desencadeou uma competição entre economias emergentes, com a Índia liderando.

  • A força de trabalho e o mercado interno da Índia são comparáveis em tamanho à China, e reformas estruturais na última década reduziram a diferença entre os dois países.

Investimento indiano. A Índia fez melhorias significativas na infraestrutura, com o dobro de aeroportos, aumento das redes de estradas rurais e aumento da capacidade das usinas elétricas.

  • O investimento estrangeiro direto duplicou em menos de uma década, e o cenário de startups vibrantes atraiu empresas de tecnologia.

  • O setor de eletrônicos, em particular, viu as exportações triplicarem, com a Índia projetada para produzir 19% dos smartphones do mundo este ano.

"China+1". A Apple e outras empresas multinacionais expandiram sua produção na Índia, visando aproveitar a estratégia "China+1". A cidade de Sriperumbudur se tornou um importante complexo industrial, atraindo fabricantes de diversos setores.

  • No entanto, a Índia ainda enfrenta desafios, como uma força de trabalho predominantemente pobre e não qualificada, infraestrutura subdesenvolvida e um clima de negócios insatisfatório.

Ajuda do governo. O governo indiano tem relutado em oferecer incentivos para empresas multinacionais, o que difere da abordagem da China.

Mas…Escassez de mão de obra começa a surgir, pois os trabalhadores relutam em se deslocar para longas distâncias em busca de emprego.

Um futuro promissor. Apesar desses desafios, espera-se que a economia da Índia cresça rapidamente e ela recentemente ultrapassou o Reino Unido como a quinta maior economia do mundo. Governos e empresas ocidentais veem a Índia democrática como uma alternativa promissora à China.

Microsoft anuncia compra de energia gerada por fusão nuclear

A Microsoft assinou um contrato de compra de energia com a startup de energia de fusão nuclear Helion para pelo menos 50 megawatts de eletricidade a partir de 2028.

Por que é importante: o contrato está sendo anunciado como o primeiro do mundo para uma empresa de fusão.

Fusão x Fissão: As usinas nucleares existentes hoje atuam com base na fissão nuclear, em que se utiliza urânio enriquecido e gera-se energia pela quebra dos átomos. A fusão nuclear por outro lado é um processo ainda não masterizado e que envolve a fusão de átomos de hidrogênio para a formação de hélio e liberação de energia no processo. É o processo que faz o Sol “funcionar”.

Dando zoom: A Helion planeja instalar sua usina de fusão no estado de Washington, sede de ambas as empresas, e vender energia diretamente para a rede.

  • A Microsoft planeja usar a eletricidade para alimentar seus data centers, disse a diretora de sustentabilidade Melanie Nakagawa.

  • A empresa, que atraiu uma rodada de financiamento de U$ 500 milhões em 2021, diz que seu reator de fusão Polaris está no caminho certo para o prazo de 2028. A fusão há muito é vista como o santo graal da energia limpa, e avanços recentes levaram a um miniboom de financiamento de startups de fusão.

  • A Helion tem cronogramas ambiciosos, incluindo provar que pode produzir eletricidade até 2024, mas o CEO David Kirtley disse que está confiante de que pode ser cumprido.

Sim, mas: Mesmo com os avanços recentes, a energia de fusão ainda tem um longo caminho de desenvolvimento até que possa ser uma fonte comercial de eletricidade.

A visão geral: o acordo com a Helion faz parte da estratégia geral de sustentabilidade da Microsoft, detalhada em um novo relatório divulgado na quarta-feira.

  • A Microsoft está apostando muito em tecnologias de remoção de carbono, muitas das quais ainda não foram comprovadas em escala, para atingir sua meta de se tornar uma empresa negativa em carbono até 2030.

  • Além de ser a pioneira na fusão, a Microsoft também é a maior compradora corporativa de remoção de carbono, disse Nakagawa, contratando 1,4 milhão de toneladas métricas de remoção no ano fiscal de 2022.

Nas entrelinhas: Atualmente, a empresa é responsável por cerca de 0,03% das emissões globais, disse Nakagawa.

  • A grande maioria, ou 96%, de suas emissões de 2022 veio de fora de seus data centers, lojas e escritórios, e das operações de seus fornecedores e envio e uso de seus produtos em todo o mundo.

Pelos números: os negócios da Microsoft cresceram 18% no ano passado, enquanto as emissões caíram 0,5%.

A intriga: a Microsoft está buscando agressivamente tecnologias de IA generativas, que exigem grandes quantidades de poder de computação. Nakagawa vê essa tendência como um reforço da necessidade de uma grade mais limpa.

  • Ela também apontou o potencial da IA para acelerar a descarbonização por meio do desenvolvimento de novas soluções de sustentabilidade.

Nos bastidores: A Helion é uma investida de Sam Altman, CEO da OpenAI. A Microsoft investiu recentemente na empresa de inteligência artificial dona do ChatGPT, adquirindo basicamente a metade da empresa por bilhões e bilhões de dólares.

Giro de notícias

>STF marca julgamento sobre marco civil da internet. Ações discutem responsabilidade das redes sociais sobre conteúdos veiculados nas plataformas. O julgamento deve começar no dia 17.

>Economia em números:

  • IGP-M registra deflação de 1,13% na 1ª medição de maio

  • Produção industrial cresce 1,1% em março, diz IBGE

  • Inflação dos EUA sobe 0,4% em abril e taxa anual desacelera a 4,9%

>Pontos de vista: A Meta está testando uma nova maneira de seus criadores gerarem receita com postagens no Facebook e Instagram, baseando os ganhos nos espectadores (em vez de anúncios veiculados em torno de seus vídeos). A mudança, eles esperam, ajudará o Reels a competir melhor com o TikTok.

>Goldman Sachs pagará US$ 215 milhões a aproximadamente 2,8 mil funcionárias para resolver uma ação coletiva que acusa a instituição de discriminação de gênero em salários e promoções.

>Seu pet virtual: Niantic, do Pokémon Go, está de volta com Peridot, um simulador de animais de estimação AR para iOS e Android. Os jogadores criam pequenas criaturas virtuais em seus telefones que interagem com seus ambientes do mundo real.

>Pão sem carboidrato? A Hero Bread desenvolveu uma forma de usar proteínas e fibras vegetais para fazer um pão sem carboidrato, mantendo o sabor, textura e cor do pão “original”. A empresa já recebeu investimentos de US$ 47,5 milhões. Entre os investidores mais antigos da Hero Bread, estão os atletas Tom Brady, do futebol americano, e Kevin Durant, um dos grandes nomes do basquete contemporâneo.

E mais…

🇧🇷 Brasil

>Favoritismo de Zanin ao STF avança com respaldo de Lira, Pacheco e ministros da corte

>Lula quer retomar política de estímulo à indústria naval que fracassou no passado

>Lula manda pagar R$ 9 bilhões do orçamento secreto de Bolsonaro, esquema que chamou de corrupção

>Como falas polêmicas de Lula levaram Celso Amorim à Ucrânia'

🌎 Mundo

>A acusação que leva presidente do Equador a enfrentar impeachment

💻 Tech & Negócios

>Zona Franca de Manaus é pouco eficiente, diz Banco Mundial

>Suzano estuda fechar contratos em yuan com a China

>SoftBank: balanço deve jogar luz sobre recuperação de startups e novo IPO

>Nike brilha; Centauro, nem tanto: Grupo SBF tenta um ‘turning point’

>Bancos públicos ultrapassam privados na concessão de crédito pela 1ª vez desde 2016

>Você está preocupado com a inteligência artificial pelas razões erradas, diz CEO do Signal: ‘É o oposto da privacidade’

🌀 Diversos

>Bilionárias: veja quem são as brasileiras no ranking da Forbes

>Uber lança reservas de passagens aéreas

>MobizapSP ganha novo visual, mais recursos e ultrapassa 150 mil passageiros

>Twitter terá chamadas de áudio e vídeo em breve, diz Musk

Investir em conhecimento sempre rende os melhores juros.

Benjamin Franklin

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