Biden garante que sistema bancário é seguro

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez ontem um discurso em que garantiu aos americanos que o sistema bancário norte-americano "é seguro" e que seus depósitos estarão disponíveis "quando precisarem", após a falência do Silicon Valley Bank.

O simples fato do presidente dos EUA ter que fazer tal afirmação demonstra a gravidade do que aconteceu (está acontecendo).

• O medo do governo é que a crise de confiança que gerou a quebra do SVB se espalhe para outros bancos pequenos/médios.

• A situação do SVB não era boa, mas o que desencadeou a falência foi a corrida ao banco pelos correntistas em busca de resgates.

• Nos EUA, os correntistas dos bancos tem U$250mil garantidos em caso de falência. No caso dos SVB, 96% dos clientes tinham mais do que isso no banco.

• Boa parte dos clientes eram startups e o dinheiro no banco significava a fonte de recursos para financiar as operações do dia a dia bem como pagar salários dos funcionários.

• Com medo do efeito dominó, o governo estabeleceu que iria garantir a totalidade dos recursos dos correntistas, ignorando o mínimo de U$250mil.

Efeitos secundários

Uma crise de confiança tem efeitos secundários perversos e alguns imprevisíveis. Anteriormente era esperado que o Banco Central americano continuasse com o aumento de juros, mas agora provavelmente mudará e os juros devem se manter estáveis por ora.

O Governo quer reviver o FIES

Os investidores estão antecipando um crescimento significativo no programa de empréstimo estudantil do Brasil, o FIES, depois que o Ministério da Educação criou um grupo de trabalho para avaliá-lo.

• Empresas como Cogna, Yduqs e Anima cresceram substancialmente graças ao FIES, que foi usado para financiar muitos estudantes de baixa renda.

• No entanto, durante o mandato do ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante, o governo aumentou o programa sem limites, levando a um aumento nos gastos públicos.

• Especialistas destacaram várias falhas na política, como uma taxa de inadimplência estimada muito baixa e uma falta de regulamentação em relação à taxa de matrícula.

• A forma como o programa era estruturado estimulava as faculdades a aumentarem os custos das mensalidades e o número de vagas, visto que era o governo que arcava com eles. Alguns cursos de medicina chegaram a custar R$20mil na época.

Embora o FIES tenha passado por uma reforma, com um fundo compartilhado entre o governo e as universidades em vez de empréstimos diretos, os investidores permanecem cautelosos com um retorno ao programa não regulamentado anterior.

🇨🇱 Dança das cadeiras no governo chileno. O presidente chileno, Gabriel Boric, fez uma renovação em seu gabinete, trocando cinco ministros e 15 subsecretários, em uma tentativa de melhorar seu governo após um início turbulento. A mudança incluiu os ministérios das Relações Exteriores, Obras Públicas, Cultura, Esportes e Ciências. A mudança foi motivada pela necessidade de melhorar a gestão e equilibrar as forças da coalizão de esquerda que o acompanha, após a rejeição da Câmara dos Deputados à reforma tributária. O presidente viu sua aprovação cair de 50% para 35% e está diante de uma crise.

🛢 Lucro recorde da maior petroleira do mundo. A Saudi Aramco, a gigante petrolífera da Arábia Saudita, anunciou um lucro líquido anual recorde de US$ 161,1 bilhões em 2022, um aumento de 46% em relação ao ano anterior, impulsionado por preços mais altos da energia, aumento do volume vendido e melhoria das margens de produtos refinados. A empresa também aumentou seus investimentos em 18% em 2022 e planeja aumentar sua capacidade de produção de petróleo bruto para 13 milhões de barris por dia até 2027. A Aramco declarou um dividendo de US$ 19,5 bilhões para o quarto trimestre.

🇨🇳O terceiro primeiro discurso de mandato. O presidente chinês, Xi Jinping, destacou a agenda de segurança nacional em seu primeiro discurso no terceiro mandato, defendendo que o Exército de Libertação Popular seja transformado em uma "grande muralha de aço" para defender o desenvolvimento local. Ele também falou sobre a necessidade de rejuvenescimento nacional e a unificação chinesa, em um aceno sobre Taiwan.